Sancionada lei que cria conselho LGBT em SJDR

Ato ocorreu durante a 6ª Parada Gay com a presença do prefeito Helvécio Reis

Cine Debate aborda a questão da homossexualidade

Levantar a questão da homossexualidade por meio do audiovisual foi à proposta do primeiro Cine Debate da 6ª Semana da Diversidade Sexual

Semana da diversidade promove I Seminário Municipal de Educação em Direitos Humanos

Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e a Diretoria de Direitos Humanos da Secretaria de Cidadania, Desenvolvimento e Assistência Social, o Movimento Gay da Região das Vertentes, o Levante Popular da Juventude e Coletivo Carcará promoveram o I Seminário Municipal de Educação em Direitos Humanos.

sábado, 25 de março de 2017

SJDR: ONG cria cursinho popular de REDAÇÃO para Enem. Inscrições abertas

O cursinho preparatório em Redação para o ENEM/Concursos é um projeto social da ONG - Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Região das Vertentes com sede em São João del-Rei. O projeto surge da demanda em auxiliar candidatos carentes ao ENEM/Concursos e que se sintam com dificuldades na hora de elaborar uma boa redação.

O cursinho será ministrado por professor que possui graduação em comunicação social - jornalismo - pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Pós-graduação em Docência do Ensino Superior e Antropologia pela Universidade Cândido Mendes (UCAM/RJ) e estudante de Pós-Graduação no Programa de Mestrado em Letras na linha de Pesquisa Discurso e Representação Social pela UFSJ.

O cursinho está estruturado em 06 meses (Abril a Outubro) com aulas 01 vez por semana e carga horária de 2 horas-aula por semana. No ato da inscrição o aluno deverá escolher o dia de sua preferência. A metodologia do cursinho e o material didático estão organizados pelo professor em aulas expositivas com conteúdos sobre texto dissertativo, estrutura de uma redação, português para redação, correção e prática em redação, dicas para o dia da prova, temas da atualidade entre outros.

O cursinho tem um custo social de R$360,00 (Trezentos e sessenta reais) que poderão ser parcelados em 06 meses/parcelas de R$60,00 (sessenta reais) a escolha do aluno. As turmas serão compostas de no mínimo 10 alunos e no máximo 20 alunos. As vagas são limitadas e as aulas terão início na segunda semana do mês de Abril na sede da ONG que fica localizada na Rua Expedicionário Martins Lucindo de Abreu S/N - Salão Comunitário no Bairro Bom Pastor. O valor arrecadado no projeto é revertido para sustentabilidade da ONG e outros projetos sociais.

A Pré-Inscrição para o cursinho será realizada de 27 de Março a 07 de Abril exclusivamente pelo formulário: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfLeBCIBiqgd2hOHPfAc_nPyAdoolgvb4JvZsjcd0CmO9944g/viewform


Mais informações pelo telefone/whatsapp - (32)9-8806-0341 o pelo e-mail: mgvsjdr@yahoo.com.br

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

SJDR: Movimento LGBT completa 10 anos de atuação. Confira entrevista exclusiva com fundador



*Thays Marques


Carlos Bem: "A homofobia institucional é
o principal desafio nestes 10 anos"
O Movimento de Defesa dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) da Região das Vertentes com sede em São João del-Rei, Minas Gerais, completa 10 anos de fundação em 2017. Ao longo dos anos a cidade histórica destaca-se por ser a única no Estado de Minas que possui um Conselho Municipal de Direitos LGBT em funcionamento, além de outras 06 leis municipais que defendem essa população. Para falar das principais conquistas do movimento e dos desafios para o futuro nós entrevistamos, com exclusividade, o fundador do movimento, Carlos Bem, jornalista especializado em antropologia e estudante do curso de pós-graduação em Letras na área de concentração Teoria Literária e Crítica da Cultura pela Universidade Federal de São João del-Rei.

Thays: O que motivou a fundação do movimento LGBT em SJDR?

Carlos Bem: É preciso que a gente diferencie duas questões. A primeira é que temos de ter em mente o que é o movimento LGBT. Ele é dinâmico, composto por muita gente que é LGBT ou não. O movimento é um organismo vivo composto por pessoas que todos os dias ousam enfrentar a homofobia e transfobia. E esse movimento não está concentrado numa instituição ou numa liderança. Ele é polifônico e multifacetado. O que nós organizamos em SJDR em 2007 foi uma organização não-governamental cujo objetivo social é enfrentar a epidemia de HIV/AIDS e combater a LGBTfobia. Esse modelo de organização é centralizado num estatuto, numa diretoria e para fazer parte existem regras a serem seguidas. Esse modelo foi escolhido por nós em 2007 porque é por meio dessa organização que o diálogo com o poder público se estabelece sendo possível estabelecer parcerias de diversas formas para que os objetivos sociais da nossa organização sejam alcançados. O fato que impulsionou organizarmos esse coletivo foi quando um conhecido apanhou na praça de matosinhos com chicote de cavalo. A agressão foi motivada por homofobia. Na época não tinha nenhum órgão que defendesse as pessoas LGBT na cidade. Nosso amigo acabou optando por não denunciar. Naquele dia eu fui convencido de que tínhamos de fazer alguma coisa. E fizemos. Estamos aí há 10 anos.

Thays: SJDR se destaca no Estado pelo elevado número de leis municipais pró-LGBT. Como o movimento trabalhou para efetivar estas conquistas?

Carlos Bem: Há muito tempo eu participei de um curso de formação do Ministério da Saúde com foco numa estratégia chamada Advocacy. É uma estratégia que, basicamente, nos orienta a mapear o cenário e visualizar onde podemos avançar; quem são nossos adversários, nossos aliados e as pessoas que ainda não estão mobilizadas para apoiar nossa causa. Com base nessas estratégias fomos, ao longo do tempo, acumulando leis importantes como a Lei Rosa sancionada em 2007 na nossa cidade e que já serviu para que o judiciário interpretasse os casos de homofobia que vencemos na justiça. Além disso, em 2013 conseguimos aprovar a lei que cria o conselho municipal de direitos LGBT. Essa é um conquista extremamente importante porque o poder público reconhece nossa existência e institucionaliza o diálogo sobre nossas demandas. Fomos a primeira cidade do Estado a avançar nessa questão da participação popular das pessoas LGBT. Até hoje o Governo de Minas não criou o Conselho Estadual LGBT o que é, no mínimo, lamentável e vergonhoso.

Thays: Numa cidade histórica quais as principais dificuldades enfrentadas para atuação o movimento?

Carlos Bem: Penso que duas dificuldades marcam nossa história. A primeira é a homofobia internalizada da comunidade LGBT da cidade. No início foi muito difícil. Éramos criticados pelos próprios membros da comunidade LGBT de forma pública e agressiva. Nós sabíamos que aquela manifestação era consequência de uma sociedade fortemente marcada pelas características do patriarcalismo e da opressão à livre orientação sexual e identidade de gênero. As pessoas LGBT não acreditavam que podiam vivenciar suas identidades afetivas e sexuais livremente sem ser objeto de discriminação e violência. Vencemos isso com o tempo, mas ainda temos um caminho grande pela frente. A segunda questão é a homofobia institucional em especial nos órgãos da Prefeitura Municipal. A gestão pública foi organizada no Brasil com um viés totalmente elitizado e para atender os interesses de empresários. Nada mais. Isso é história. E vivemos essa história aqui. Não podemos esquecer que estamos falando de uma cidade onde a escravidão, de fato, aconteceu. Então, nós ainda temos uma herança cultural que dificulta muito a adoção de estruturas de gestão pública capazes de dialogar com os movimentos sociais e com as novas demandas da sociedade. Com o amadurecimento da democracia e a emergência do movimento LGBT já não é mais possível que o poder público continue trabalhando com a mesma dinâmica e estrutura de 100 anos atrás. Esse desafio começa a ser vencido com a criação do conselho LGBT, mas ele ainda é muito novo e carece de um longo caminho para efetivar políticas públicas capazes de garantir dignidade e cidadania plenas para esse grupo social. Nosso principal desafio nesse momento é estabelecer um diálogo com o novo governo municipal que tomou posse dia 1 de janeiro para que não retroceda na estrutura de gestão que foi criada para as políticas de direitos humanos na Prefeitura.

Thays: O que podemos esperar do movimento para o ano em que se comemora uma década de atuação?

Carlos Bem: Temos pensado algumas ações importantes como o formato da semana da diversidade sexual e da parada LGBT. O formato deve mudar. Já vem mudando nos últimos anos, lentamente, mas agora vai mudar mais. Esse é nosso principal instrumento de luta e visibilidade. Mas, a forma que deu certo há 10 anos não é mais a mesma de hoje.  Então, esse formato deve mudar. É provável que a gente transforme a semana da diversidade sexual num Festival de Arte e Cultura LGBT. Por falar em arte e cultura estamos trabalhando para publicar um livro que conta a história dos 10 anos do movimento. Acho importante deixarmos um relato histórico desse período. Um documentário também está nos objetivos do movimento. A ampliação da nossa ONG é algo que já está definido. Temos debatido internamente e amadurecemos a idéia de que transformaremos nossa ONG numa entidade de defesa dos direitos humanos de forma mais ampliada capaz de defender também os direitos das mulheres, população negra, pessoas com deficiência, idosos, juventude, crianças e adolescentes e, claro, a população LGBT. Nossa entidade passa a ser denominada de Movimento de Defesa dos Direitos Humanos da Região das Vertentes.

Thays: Quem quiser fazer parte do movimento deve adotar qual procedimento?

Carlos Bem: Deve entrar em contato conosco pelo email: mgvsjdr@yahoo.com.br pedindo orientações. Depois disso, a pessoa recebe um informe e passa a atuar conosco na defesa dos direitos humanos.


segunda-feira, 6 de junho de 2016

UFSJ e Prefeitura criam Serviço Especializado de Saúde para LGBT





O Departamento de Medicina da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de São João del-Rei, Minas Gerais, já oferece um serviço de atendimento especializado em saúde integral para Lésbicas,Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. A iniciativa é uma conquista do movimento LGBT que luta, há 09 anos, por melhorias nas políticas públicas de saúde. Na semana passada, a proposta foi aprovada pelo conselho municipal de direitos LGBT.

O serviço de saúde especializado para LGBT funciona no prédio da policlínica central em São João del-Rei e atende qualquer demanda de saúde desse grupo social. O médico responsável pelo serviço é o professor Bruno Amato com especialização em medicina da família e comunitária. Para ele é importante que o SUS atenda com mais humanização e acolhimento a esse grupo social. “Vamos atender qualquer necessidade em saúde. Nossa intenção é fazer um primeiro acolhimento e de lá encaminhar para especialistas e trabalhar coletivamente para o que for necessário” afirma. O médico Bruno Amato é professor nos cursos de medicina da UFSJ e do IPTAN.

Avanços na saúde LGBT

O jornalista Carlos Bem presidente do conselho municipal de direitos LGBT lembra que há 09 anos o Movimento Gay da Região das Vertentes luta para que a Prefeitura crie estratégias de saúde que possa acolher com mais dignidade e sem discriminação as pessoas LGBT. Em 2013 com a presença do Ministério da Saúde foi realizada uma audiência pública em São João del-Rei para debater a Política Nacional de Saúde Integral das Pessoas LGBT e as responsabilidades dos municípios. “Ainda não conseguimos instituir o comitê técnico de saúde integral LGBT que ficaria responsável por implementar esta política pública na cidade, mas estamos felizes que tenhamos conseguido mais esse avanço” afirma Bem.

As demandas de saúde da população LGBT são variadas e muitas não acessam o SUS para cuidar da saúde. A discriminação é um fator que determina essa situação. “O respeito ao uso do nome social de travestis e transexuais no cartão SUS era uma dificuldade. Ano passado conseguimos efetivar esse direito já previsto. Agora temos que avançar mais” alerta Carlos Bem. Para ele o serviço de saúde precisa enxergar o cidadão LGBT para além da AIDS. O processo de violência e discriminação agrava as questões de saúde mental. As lésbicas e mulheres bissexuais muitas vezes não são respeitadas como mulheres nos consultórios. Os gays continuam sendo estigmatizados e relacionados com a AIDS. O processo de envelhecimento potencializa a LGBTfobia e o respeito a identidade de gênero de travestis e transexuais continua sendo um desafio.

Como acessar o serviço especializado?


Qualquer pessoa LGBT pode procurar o médico Bruno Amato todas as sextas-feiras no período da tarde – 13 as 17h – na policlínica no centro de São João del-Rei na Av. Tiradentes , 207. Não há necessidade de informar que é LGBT e não há necessidade de encaminhamento de outro médico. 

terça-feira, 12 de abril de 2016

ONG cria cursinho popular de idiomas para combater a AIDS e promover direitos humanos. Inscrições para Espanhol estão abertas

Aula inaugural reúne alunos de Inglês e Francês
O Movimento de Defesa dos Direitos Humanos de São João del-Rei (MDH) inovou na criação do projeto “Cursinho Popular de Idiomas” como estratégia para debater ações de prevenção a AIDS, promoção da saúde e dos direitos humanos na cidade histórica de São João del-Rei em Minas Gerais.

O projeto começou as aulas de inglês e francês neste mês. Recebeu mais de 250 inscrições e atende, diretamente, 40 alunos. As aulas acontecem uma vez por semana e os alunos recebem material didático gratuito. O nível básico tem durabilidade de 06 meses e as aulas são ministradas por professores capacitados para compartilhar conhecimentos sobre o idioma. Durante as aulas os alunos aprendem os idiomas a partir de textos que falam sobre direitos humanos, promoção da saúde, participação social e combate a AIDS no Brasil e no mundo. Nesta semana, o MDH abriu inscrições para a disciplina de espanhol.

Inscrições para Espanhol

O MDH está oferecendo 30 vagas para a disciplina de espanhol. Para se inscrever os interessados deverão enviar seus dados pessoais (nome, idade, RG, telefone e escolaridade) para o email: mgvsjdr@yahoo.com.br até o dia 20 de abril. As inscrições são gratuitas.

O projeto

O cursinho popular de idiomas é um projeto autossustentável e não conta com apoio e/ou financiamento do poder público. Desta forma, os candidatos a vaga passam por uma análise de perfil e socioeconômica. Ao final do nível básico o MDH lançará uma campanha na web em inglês, francês e espanhol sobre os direitos humanos das pessoas vivendo com HIV e outros grupos sociais mais vulneráveis a violação de direitos humanos com a participação dos alunos do projeto. A coordenação e a equipe técnica são formadas por profissionais de nível superior em andamento e superior completo e são todos voluntários.

Sobre o MDH


O Movimento de Defesa dos Direitos Humanos (MDH) é uma organização não-governamental fundada inicialmente com dois objetivos sociais: combater a epidemia de HIV/AIDS e promover os direitos humanos da população LGBT. A partir de 2016 o movimento amplia seus objetivos sociais e passa a defender os direitos humanos das mulheres, pessoas com deficiência, idosos, juventude, população negra e crianças e adolescentes. A partir dessa ampliação a ONG oferece oportunidades e promoção de direitos por meio de diversos projetos para mulheres, juventude, crianças e adolescentes e idosos. Atualmente, o MDH funciona em parceria com Associação de Donas de Casa no salão comunitário no Bairro Bom Pastor em São João del-Rei. Mais informações pelo email: mgvsjdr@yahoo.com.br ou pela página do movimento no Facebook: https://www.facebook.com/mgrv.sjdr/

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

SJDR: ONG de Direitos Humanos abre inscrições para cursinho popular de idiomas

A ONG Movimento de Defesa dos Direitos Humanos de São João del-Rei está com inscrições abertas para o cursinho popular de idiomas com oportunidades para aprendizado em inglês e francês.

O idealizador do projeto é o jornalista e ativista dos direitos humanos Carlos Bem. Ele explica que o objetivo do cursinho popular é incluir, em especial, adolescentes de baixa renda que queiram se preparar para o ENEM, concursos ou seleções para intercâmbio no exterior. O cursinho é voltado para pessoas carentes. “Tivemos essa demanda. Buscamos parcerias e agora vamos efetivar o cursinho popular. Promover o acesso a universalidade da educação é um dever de todos e uma questão de direitos humanos” afirma.

O professor voluntário de francês, Filipe Rodrigues, tem 24 anos e acredita na educação como caminho transformador do ser humano e da sociedade. “Acredito nesse projeto porque posso dar a oportunidade a outros jovens de conhecer e aprender um pouco do idioma francês”. Os alunos aprenderão desde conceitos e palavras básicas a conjugações de tempos verbais. Filipe é estudante de engenharia mecânica na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) e foi bolsista no programa de intercâmbio Ciências Sem Fronteiras onde passou quase 02 anos no Canadá aprendendo o idioma francês. “Estudei na instituição CEGEP DE SHERBROOKE onde tive a oportunidade de aprender o francês. Sabemos que o domínio do idioma pode ajudar muito numa colocação no mercado de trabalho”.

Já o também professor voluntário André Ávila de 21 anos vai trabalhar o idioma inglês com os participantes. O jovem possui nível C1 em inglês e estudou na escola de idiomas CNA. Sobre o trabalho que pretende desenvolver com os alunos ele adianta que “pretende dar uma oportunidade para as pessoas que nunca tiveram contato direto com o inglês. Os alunos aprenderão, em princípio, o inglês básico e, depois, um foco maior em conversação”.

Como se inscrever?

O Movimento de Direitos Humanos de São João del-Rei  é um coletivo de militantes que desenvolvem projetos sociais e de inclusão. A sede do movimento funciona em parceria com a Associação de Donas de Casa e o Movimento Gay da Região das Vertentes no bairro Bom Pastor.

Para o projeto social “Cursinho popular de Idiomas” a ONG oferece 20 vagas para inglês e 20 para francês. As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas por pessoas com 16 anos ou mais. As aulas acontecem uma vez por semana com carga horária de 02h. Quem se interessar deve enviar solicitação de inscrição por e-mail para o endereço mgvsjdr@yahoo.com.br com nome completo, data de nascimento, endereço, telefone e se estudar em alguma instituição de ensino deverá ser informado. Após esse procedimento basta aguardar contato da ONG. As aulas começam depois do carnaval e o cursinho tem um período médio de 06 meses. Os alunos receberão certificado de participação no projeto e material didático. 


Mais informações pelo telefone (32)9-8806-0341. 


terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Movimento Negro e LGBT se unem por direitos humanos em São João del-Rei

O dia da consciência negra, 20 de novembro, abriu a semana de debates sobre o racismo e intolerância religiosa em São João del-Rei e fez parte da programação da semana da diversidade sexual da Região das Vertentes.

O combate a discriminação religiosa também é uma bandeira de luta do movimento LGBT que busca conscientizar a sociedade sobre a diversidade religiosa. “Infelizmente, muitos tem preconceito e relacionam a umbanda e candomblé como religiões demoníacas ou algo que possa trazer coisas ruins para a vida das pessoas. Por isso querem punir, proibir e controlar o exercício dessas religiões. Sabemos que há muito racismo e preconceito contra as religiões de matriz africana. A liberdade religiosa precisa ser garantida. Estamos falando da ancestralidade que é espiritual, cultural e precisa ser respeitada. O poder público tem o dever de enfrentar a discriminação, preconceito e violência contra os praticantes de religiões de matriz africana” afirma o diretor de direitos humanos da Prefeitura e presidente do Conselho Municipal de direitos LGBT, Carlos Bem.

O Professor e Pai Cláudio, também falou sobre o preconceito entre as religiões. “Todas as religiões são boas e temos que respeitá-las, seja o candomblé, umbanda, etc. O ponto chave é o respeito pela diversidade, ninguém é igual ao outro. A sociedade de uma maneira geral já não está mais aceitando o preconceito”, ressaltou.


A Coordenadora das Políticas de Igualdade Racial e membro do Grupo de Inculturação Afro-descendentes Raízes da Terra, Vicentina Neves disse que a luta contra o preconceito é incansável. “A discriminação existe e nós não vamos parar. Existe uma lei que nos ampara e nós vamos atrás dela porque ela deve ser cumprida”, afirmou.

                                                                                                                     Foto: Antônio Celso Toco
Dia da Consciência Negra é celebrado com debate no salão nobre da Prefeitura

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Direito à educação para LGBT! Uma discussão necessária, na escola e fora dela



LINCOLN LOPES BARROS JÚNIOR*

Segundo o sítio eletrônico <www.significados.com.br>, o vocábulo fobia tem origem do grego phóbos e trata-se de “um sentimento exagerado de medo e aversão por algo ou alguém”, sendo considerada, inclusive, uma patologia psicológica.

Ainda conforme a página da web acima, as fobias são classificadas por espécies e cada uma recebe um nome especifico: “aracnofobia(medo de aranhas), claustrofobia (medo de lugares fechados ou com muitas pessoas), coulrofobia (medo de palhaços) entre outras.

Para muitas pessoas, o medo/aversão à determinada coisa é tão insustentável e insuportável que acaba por limitar estes indivíduos e privar-lhes de muitas realizações. Para os demais, esses medos vão sendo encarados, um a um.

Não podemos ser hipócritas em dizer que somos ou conhecemos alguém isento de receio, medo ou fobia de alguma coisa. Uma pequena barata; primeira vez em um palco; primeiro beijo; apresentação de um projeto ou uma entrevista de emprego; um exame ou prova, enfim, são inúmeras ocasiões e momentos da vida que nosso coração parece saltar à boca e o estomago parece vivenciar uma temporada da Era do Gelo e o único desejo é de não estar ali.

O medo faz parte de nossas vidas e muitas das vezes nos impede de cometer loucuras como dirigir a “mil por hora” ou até mesmo de nos aventurar, sem proteção, em uma corda bamba sobre o Grand Canyon. Sim, é certo que alguns desafiam os limites e aparentam correr em suas veias o destemor, no entanto, não raro, muitos indivíduos vivem o inverso e acabam por se tornarem escravos do medo, e deixam de explorar um universo de possibilidades.

As palavras são ricas de significados e cada qual, com sua composição de letras, formam um emaranhado de conceitos. Não diferente acontece com os léxicos que dão referência a orientação sexual dos indivíduos: Bissexualidade, heterossexualidade, homossexualidade, transsexualidade e qualquer outra denominação que se refira aos comportamentos dos indivíduos ao se atraírem sexualmente e afetivamente uns pelos outros.

Da palavra homossexual deriva-se o vocábulo homoFOBIA, que quer dizer, no mais literal significado, aversão/repulsa de “homossexuais”, ou seja, homofóbico é aquele individuo que tem fobia das pessoas que possuem orientação sexual diversa da heterossexualidade. O termo TransFOBIA vem agregar um novo significado e serve para evidenciar a fobia que muitos possuem em relação às pessoas transexuais e travestis. Como pensar que homoFOBIA e transFOBIA trata-se de algo positivo se nela encontra-se impregnada toda uma cultura de medo e repulsa que levou diferentes pessoas a terem seus sonhos e objetivos cassados por uma sociedade opressora e discriminatória?

Desde 1991 a Anistia Internacional passou a considerar os casos de discriminação contra LGBT uma violação aos Direitos Humanos. Assim como se enfrentou e vem enfrentando, dia após dia, as diversas formas de discriminações em razão da cor de pele, cultura, etnia e entre tantas outras formas de intolerância, os discursos de ódio fundados em questões de gêneros devem ser radicalmente combatido pelo Estado que não pode se isentar de participar, de forma efetiva, da orientação de sua população, e não somente na escola [e aqui eu arrisco dizer que principalmente fora dela] sobre as questões inerentes a orientação sexual bem como de identidade de gênero.

Ora, estamos falando de um país em aparente retrocesso, onde suas legislações têm se permitido ser fundamentadas em questões de cunho unicamente religioso, e ainda, anos após a exclusão da homossexualidade da lista de Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS), temos que topar com uns ou muitos indivíduos propondo a cura gay.

Atualmente, com a constante popularização da internet e, consequentemente, com o aumento considerável da quantidade de informação não tenho nenhum receio em apostar que o único medo que devemos é de continuarmos constituindo, alimentando e instruindo indivíduos a terem comportamentos excludentes e machistas/homofóbicos/transfóbicos. Precisamos afirmar que o debate de gênero precisa acontecer, tanto fora quanto dentro das escolas (e para ontem!).

*Advogado regularmente inscrito nos quadros da OAB/MG sob o número 163.881.
Bacharel em Direito pela Instituição de Ensino Superior Presidente Tancredo de Almeida Neves.
Militante na área dos Direitos Humanos e na proteção dos direitos das minorias.
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